Vivia ali, obscuro como os sonhos dos ciprestes, lenha, dentro da cabeça dela. Ela era dada à demência das horas que não passam, quando se está à espera. Eles eram oníricos, cada um a seu modo. Mas ele não sabia, não podia pressentir o amor, e do amor ela sabia.
Sabiam, entrementes, que pode haver dor e que o sangue existe em todas as coisas. Estavam entregues.
A vida conspirava, transpirando eventos marcados pelo circunstacial dos encontros improváveis. Ele, enraizado na cabeça dela, ela esperando que ele florescesse. Depois cansaram disso tudo e se vestiram de fogo. Duas centelhas, prestes a se extinguirem por si mesmas. A certa altura, antes do fim, ele quis e virou gás. Mas ela apagou-se primeiro e não pode querer também.
4 comentários:
sê bem vindo!
é muito bom poder contar com você em mais uma empreitada!
sê bem vindo!
é muito bom poder contar com você em mais uma empreitada!
Gostei do seu texto Lanoia.
Parabés pela estréia!
bjos
carálio! que final!
e o "enraizado na cabeça", "esperando que florescesse" tbm foi ótimo@
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