Aqui neste papel eu deixo o agora
E o tempo é meu presente e algum futuro
Transmito o pensamento e me asseguro
Que o pensamento siga tempo a fora
Aqui, papel, chiqueiro em que chafurdo
É onde estou mais vivo e mais inteiro
E o verso é minha música e letreiro
Embora eu siga insano e cego e surdo
Minha esperança plena e o mau agouro
O surto, o senso, o esgoto e meu tesouro
Meu sonho, meu desastre e meu conflito
Tomando forma, fazem-se sujeitos
E eu viro o objeto, e menos que um conceito
Aqui neste papel eu fico escrito.
Confuso
-
Confuso, enxergo meus medos
Não raros, sob a órbita desse orbe.
Difuso, entre os vitrais e os azuis
Um facho de luz espectral lilás
Dissipa o assombro...
Ar...
Há 7 anos
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