terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Oferenda

Ele
na partida
carrega nos olhos a morada
não pôde ser árvore,
foi ser navio

A casa
que já coagulava,
amarga a dor da solidão
no breu.

Netuno,
deus das tempestades
bradou nas ondas do mar:

- vem escravo de baco!
Oceano,
o pai de todos os seres
te espera


Oceano,
de lança em punho,
filho do Urano
agradece aos outros deuses
o sacrifício posto
sobre o fogo de seu altar

e Ele
num dia sem orvalho,
do pó
mistura-se ao sal do mar.

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