Frontispício do livro Elefante, de Rafael Nolli. Anfisbena Editora, 2012 |
1
Com Super Bonder®
por de pé o esqueleto da
ave:
ofício repleto de ócio –
horas sobre ossos ocos
roídos por secreta mágoa
(o ar e o uso)
Silêncio do bico desgastado
pelo canto
O formol roubou o brilho das
penas
Largo gesto de asas,
premeditado
O olho olha a parede e não
vê
Mente quem diz: parece vivo
2
Palavra por palavra
para por de pé o poema:
bateia roendo o leito do rio
(o anel & o piercing
– de amores extintos –
resgatados para brilharem
–
again and again –
sobre uma luz cada vez mais
fraca)
Palavra
por palavra
para
por de pé o poema:
broca
em busca da cárie
3
Nada
de novo no front
as
palavras de sempre
sobre
nova maquiagem
como
mulher de revista pornô
:
punheta para photoshop
Nada
de novo no front
o
poeta se gabando por
descobrir
terra já cartografada –
habitada
por centenas
milhares
de babacas
Nenhum comentário:
Postar um comentário